ESPERANÇA

No coração dos homens mansos, tristes;

agora vale a paciente espera,

de quem soube aguardar a primavera,

antes do tórrido verão, que insiste

nesta cidade toda ele... E persiste

nos seis meses da cáustica atmosfera,

a atormentar os homens cheios de vera,

de coração tão manso quanto triste.

Mas depois do verão, com o seu trono,

reina, em outra plaga, o fiel outono,

dando lição tão bela de mudança.

Enquanto, por aqui, pras bandas do Norte,

o inverno permanece tão forte! E,

no coração dos homens há esperança!

Miguel de Souza
Enviado por Miguel de Souza em 09/07/2017
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