Tenções do querer

Ferve comprimido pelas débeis possibilidades
Como na esfera pré big-bang em igual distância
No caos interior das partículas em culminância
Sem ideia nítida do futuro que lhe cabe

Reúnem-se os pesos aos vislumbres mentecaptos
Pairando sobre as faltas que as circunstâncias tecem
Entre o real que supõe e o que prevalece 
Tal suave rosa que se mostra um cacto

O tempo só conta o que não acontece
Acumulando o combustível para o findo ato
Como um mal que poupa o bem que se merece

Na evolução estanque em que se investe
Infla a dor no peito sem que haja espaço
Como fosse o viver alguma eterna prece