Crocitos no crepúsculo...

O restante é oceania naufragada...

Cavernas de nau, âncoras e gáveas

Dessa vasa salobra a morte lave-as.

______________________________ Jorge de Lima _______________

Dia-a-dia: o canto, o prumo, o pranto

Rosto abstrato é o ranço no retrato...

De noite: sopa-de-pedras tá no prato,

Pasmem, parlenda paralém esperanto!

Nem pensar! Mero pensamento abstruso

Dos heróis que venderam suas utopias...

Eva desvanecida com seus trapos na pia,

Menos, musas e mitos rentes ao intruso.

De cara: crânio na babel e indiferença

Daquele que se diz poeta-atômico...

Ancorado no cancro da própria crença.

Ora, toda nave com seus desordeiros

No crocito cabal do corvo atônito...

Ante a vigarice, vitupérios e veleiros!

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"Sopa-de-pedra pra quem falta dente" Que cousa? Se antanho desdentado só comia papa. Rsrss... Ah Nativa! Será que somos doudos de pedra e ninguém sabe disso? Valeu demais vossas asas poéticas no meu penhasco. Forte abraço!

Na quietude da noite

É quase desumana a insônia

Pensa, vê e tudo sente

Abstração e a alma cheia de ânsia.

O silêncio canta loucura...

Rock pesado na mente

Ninguém ouve a paulera

Sopa-de-pedra pra quem falta dente...

Dormem os que se fartaram bem

Trocaram mentiras e enganos à mesa

Riram dos rasgados, descalços e desdentados.

Não há sono e nem sonhos para a vítima.

Apenas lamento, indignação e incerteza.

/////////////////// Meu amigo, Gilberto! Desistir do sonho jamais! Bonita a coisa não está, mas ainda podemos sonhar e fugir do feio e mal que paira nos ares poluídos do país. Ah, se não fosse as nossas asas! Morreríamos de tédio com rostos carrancudos. Salve o nosso humor de cada dia, hoje e sempre. Amém! ***** Beijo, moço!

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Ah Cariokito! Se eu levasse a sério minha escriba, quanto os outros levam, quiçá, estaria eu passando estopa no piso da ABL. Que cousa, se minha sopa é de pedra? kkkkkkkkkkkkk... Ops! Se vira nos trinta Fhera! Suas férias foram pro beleléu... eu continuo ao leu, forte abraço meu irmão!

------------------- Inquietante, desconstrutor, revelador sem deixar de ser, poeticamente, encantador. Assim, ao sobrevoar de asa delta - lógico! Pois não tenho asas. - vejo a expansão de seu calembur artístico para nenhum doudo por defeito. E já que não saiu a apresentação na hora zero, crocita o poeta durante o dia. Bravo... Forte e sincero abraço, meu amigo poeta de Caicó!!! E interajo:

*** ÓPERA DO MEIO-DIA ***

Seu crocito me inspira prol do canto,

Na maré cheia, raso copo d'água,

No céu condores, mui abutres... águia,

Sim! É essa águia que ilumina tanto!

O calembur de nuvens incendeia,

O sol de lua quente neste inverno

É ao mesmo tempo lâmpada de inferno

No plenilúnio globo da cadeia!

Entrando de cabeça no cenário,

Assisto o gado ruminar nos pratos,

Nas contrações estranhas dos mil tatos,

Sujando datas: novo calendário.

E agora, sons guturais dos ingratos

Escapam dos vulcões em meio aos fatos!

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Vamos lá caro amigo FCunha! Que bicho sairá dum ovo de pedra? Ora, escutemos o doce crocitar do povo. Rsrss... O palco é todo seu gran poeta! Grato pela vossa força... abraços!

\\\\\ O CROCITAR DO POVO /////

O crocitar da ave sobre o ovo,

Mesmo de pedra sem poder nascer,

Para lutar por novo renascer,

Para viver de novo como povo,

O crocitar é a fala do corvo,

Pássaro preto que quer reviver,

Que passa fome sem nada fazer,

Por conta dos rapinas, papa-ovos.

O crocitar teria que ser alto,

Para fugirmos disto de um salto,

Ante que todo povo seja extinto.

Que comer se só tem ovo de pedra,

Se pelo nosso ninho apenas medra,

Um osso buco pro povo faminto.

------------------ Claro que não chego nem perto do vosso estilo Águia do Caicó. Fernando Cunha Lima *** 07-07-2017 ***

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Chegue mais perto Mardielli! Coloque tempero nessa sopa, pois por cá até o ovo vira pedra. Que cousa? Rsrss... Sempre minha gratidão por vosso espírito poético nesse crocito. Felicidades poetisa!

Canta poeta, no riso da meia noite

Destrava os dentes, tem prato ofertado sobre a mesa

No espelho o reflexo, de um abstrato sem vida

E os abutres sobrevoam o penhasco sem aviso

Abismado cara de Águia indaga sorridente

Só tenho um bico, como vou tomar sopa de pedra?

------------------ Eu só bagunço né poeta? Vim te aplaudir amigo poeta! Mil aplausos você merece! Excelente domingo

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Pelas caridades Erivas! Estava eu tão satisfeito na condição de único doudo do RL, sinceramente hoje tenho minhas dúvidas... será que há alguém mais doudo do que Eu? KKKKKKKKK...! Ops! A cousa é séria... viu poetisa? O palco é todo seu, se vira nos trinta!

------------------ Surpresa!! E de repente, não mais que de repente, eis-me aqui, MAIS uma douda:

\\\\\ DESCARRILHO /////

Ébrio amor... à mercê dalgum andor

Ébrio da dor... como qualquer doudo

Farto da vida... fatigado das hidras

Tantas feridas... no antro do pouso

Pedras, pedradas, pouca guarida

Perdida nave da ave no repouso...

Desmilin-guida... tanto Eu, quanto Guida!

Tô sem guarida... como guardiã dos guizos

Quase perdida... sem asas nem marquises

No trem da vida... in-vida nos desdéns

Cargas de pedras e plumas fuleiras...

Descarrilhando no fim da linha... etérea d'alma!!!

------------------ Ah, amado Mestre, grande poeta do altos cumes, longe estou de alcançar os vossos voos!! Quem me dera. Minhas reverências com muita admiração e gratidão por tua amizade. Beijo-te as mãos! Paz e Luz.

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Não tem jeito caro mestre Jacó Filho! Nesse mundo infestado de protozoários-politiqueiros alguém tem que crocitar. Grato pela espetacular interação, pax de spiritus nobre poeta!

\\\\\ LÍRICO CROCITAR /////

A bailarina brilha sem errar o passo,

Dá vida à música que alguém dedilha...

O nosso presidente, coça a braguilha,

E diz que comer pedra, ajuda o baço...

Enquanto o turista conquista os polos,

Nossos cientistas sem verba e salários,

Assistem as mortes, que no calendário,

Faltaram as vacinas pra filhos de colo...

Escorrem talentos e sonhos nos ralos,

Com eles, valores rumando ao esgoto,

Ouvindo do congresso, apenas arroto...

Sobra-nos das frutas somente os talos,

Por conta de corruptos viverem soltos.

Por isso Figueiredo preferia os potros...

------------------ Parabéns! E que Deus nos abençoe e nos ilumine... Sempre...

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Grande Jota Garcia! É um imenso prazer recebê-lo no meu penhasco, assim são as cousas: um dia sopa-de-pedras, noutro pedras na sopa... Rsrs... valeu nobre poeta do torrão potiguar!

Não uses prato de vidro

Se tem pedra na sopa,

Feres teu bico comprido

E pingas sangue na roupa.

Deixa que lamba o gato

Que separa o café do lakto.

Quando o vidro vira caco,

Mesmo aos poetas não poupa.

------------------ Obs: O gato consegue separar o café do leite no prato por que o café está em grãos.

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Então Najet! Nos trópicos-utópicos sempre há um vigarista vendendo a própria utopia enquanto o gado continua a saga para o abate. De resto, vamos fazendo nossas orações. Abraços, grato pela espetacular interação!

Heróis que vendem suas utopias?

Não mais heróis...somente nostalgia

De quem quis ser nobre um dia!

Indigestas noites insones...vigília,

Mal passadas noites, ao raiar do dia,

Choram heróis as mágoas vazias!

Tanto peso, lutas, agonias,

Tantas buscas de quem sonha a magia

De um troféu brilhando glórias sem poesia,

Ei-los! Agora lembranças arredias

Imagens lapidadas em pedras frias,

Esquecidos de si próprios, pois, um dia,

Venderam suas próprias utopias!

-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.- Quem vende suas próprias utopias? Onde heróis sem sonhos de heróis serem um dia? Um soneto de tantas frias verdades, encontros de nós mesmos com nossos fantasmas! Abraços, Poeta! Mais do que abraços, aplausos!

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Gilberto Oliveira
Enviado por Gilberto Oliveira em 08/07/2017
Reeditado em 14/07/2017
Código do texto: T6048653
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