HORA MORTA...
Que triste é esta hora que se arrasta
Descendo pelas sombras mais soturnas!
Hostil, desiludida, vaga e vasta,
Cimérea hora, lúgrube, noturna!!!
É nesta hora morta e nefasta
Que aldravas se desprendem lá das urnas,
E a dor da solidão vive e se alastra,
E nunca mais retorna às suas furnas!!!...
É nesta hora incerta sem desvelo,
Que já se assomam em mim os pesadelos,
Cobrindo-me de sonhos densos, fortes...
Arquejo em meu leito, em desmantelo,
Atônito, arquejando e num apelo,
Suplico que não chegue a minha morte!
Arão Filho
São Luís-MA, 04 de julho de 2017