Embriagador
Dependurei o amor ao varal da lembrança
E vê-lo balançar é grande encantamento...
É olor que embriaga enlaçado ao vento,
É saudade a chamar onde o desejo alcança...
É seio quente e farto e surge em aliança
Por onde esconde ou brota a luz do pensamento
E há sempre uma agonia quase atrevimento,
É um desejar nascer! é fogo, é pajelança.
O encanto soa em canto, em toque piano-piano,
Num mergulhar em sais e flores de jasmim
E em pétalas, o amor, de rosas sobre rosas.
E o tempo corre e voa em tique-taque insano
Em quente cachoeira, num desejo assim
A escorrer poesia em rimas perigosas.
Elischa Dewes