JOÃO BICUDO
Ainda o vejo sem os tropeços da vida, a
Dedilhar a desafinada viola;
Ainda o vejo a me ver jogando bola,
Resguardado p’la infância querida!
Mas o tempo tirou sua nobre lida,
Foi, na sua vida, essa dura escola;
Em doses de cachaça, hoje, se atola,
E adormece ao relento... a esquecida
Vida do nobre amigo João Bicudo.
Sempre contente, nunca o vi sisudo,
A me chamar também de Miguelzinho...
Agora o vejo no correr dos anos,
Sofrendo, dessa vida, os maiores danos,
“Bodado” nas calçadas, sempre sozinho!