Mistura malfadada
I
A terra, cor de chumbo, esconde o barro;
O cheiro de xixi se ergueu do chão
Numa baba gosmenta a me afogar...
Sofro... Feia ferida me estraçalha.
II
Disso eu tenho certeza: sou bizarro;
Resseca minha pele o vento cão...
Sim, os ácaros vêm se alimentar
Do refugo de gente que se espalha.
III
A soberba que habita o coração
Desse povo, que pensa que será
Poupado de tal sina, é só tolice.
IV
- Oh, gente “não-me-toque”, o seu quinhão
Entre os gusanos não demorará,
Pois todos vão dormir nessa imundície!
*Releitura no estilo dos sonetos de Augusto dos Anjos.