INVÓLUCROS
Há máscaras no chão apodrecidas,
entulhos dessas festas fraudulentas.
Atônitas, sem pompa e vestimentas,
lamentam criaturas deprimidas.
Usadas sem pudor nas opulentas
encenações fugazes, falsas vidas,
as roupas descartáveis, carcomidas
perderam esplendor... Quão macilentas!
No lúgubre teatro, nus atores
escondem seus puríssimos valores
cerrando, revoltados, as cortinas.
Invólucros escrevem epopeias...
Assim, faltando, afastam as plateias
que minguam ante essências cristalinas.