SONETO DA CHUVA

Não há de haver coisa mais linda

Que a beleza das chuvas tropicais

Esta torrente de águas alvas, infinda

Que baila nas mãos do vento, nos beirais

Ah se eu pudesse beber suas gotas

Que rolam dos telhados celestiais

Teria por certo, a alma menos rota

Adornada de inocências e pardais

O senhor fala comigo pelas águas

Ao lavar meus pecados e os borrões

Que alegria, que dádiva me dais!

Assim eu ando na chuva, rosto molhado

Como renascido no útero da vida

Voltando, leve, dos velhos umbrais!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 25/06/2017
Reeditado em 27/03/2024
Código do texto: T6036806
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