VERSOS NOCTÍVAGOS
VERSOS NOCTÍVAGOS
Silva Filho
Se estou dormindo, minh’alma verseja,
Apruma o verso no seu próprio esteio,
Confabulando com o devaneio,
Pelas caladas, pra que ninguém veja!
Me vem um sonho que até festeja,
Tentando algum lugar no entremeio,
Logo cedo é dominado por receio,
De colocar aqueles versos em peleja!
Deixo minh’alma, qual dona do meu estro,
Afrouxando sua rédea (o cabresto),
À espera de um verso convincente!
Sacudido por gigante ansiedade,
Acordo e descubro que a SAUDADE
Minh’alma também tem por recorrente!