Soneto das Mãos
Ainda presentes estão
Tão doces e de etéreo encanto
Afugenta meus fantasmas e enxugam meu pranto
No simples tocar de tuas mãos
Macieza de pétalas rosadas
Aveludada em dúctil deslizar
Caminhos que tomam a segredar
Em sutis partes visitadas
Mãos que abrandam e choram
Que em contrição se ajoelham e oram
E recebem em colo o recém nascido
Mãos que envelhecem de tanto se dar
Nessa sina de ao amor se entregar
E sepulta o amor adormecido.