Soneto das Mãos

Ainda presentes estão

Tão doces e de etéreo encanto

Afugenta meus fantasmas e enxugam meu pranto

No simples tocar de tuas mãos

Macieza de pétalas rosadas

Aveludada em dúctil deslizar

Caminhos que tomam a segredar

Em sutis partes visitadas

Mãos que abrandam e choram

Que em contrição se ajoelham e oram

E recebem em colo o recém nascido

Mãos que envelhecem de tanto se dar

Nessa sina de ao amor se entregar

E sepulta o amor adormecido.

Múcio Amaral da Costa
Enviado por Múcio Amaral da Costa em 23/06/2017
Reeditado em 25/06/2017
Código do texto: T6035360
Classificação de conteúdo: seguro