RIBALTA TREPIDANTE
Silva Filho
 
 
Sonhei contigo. O palco do amor estremecia
Ao som da sinfonia de dois corpos loucos
Violino vivo, te tornaste aos poucos
E com o meu arco, levemente eu te feria.
 
Partituras repetidas infinitamente
Compelindo o meu arco ao vai-e-vem
No meu peito o violino, eterno refém,
Em tua pessoa, mais precisamente.
 
Ao sabor das intenções do amor
Tua face repousava em meu peito
Sugerindo mais aperto, mais ardor!
 
Minha mão trêmula, ainda sem jeito,
Insistia num toque devastador
Que deixava o violino liquefeito!