SAUDADE IMORTAL
A saudade matamos sem matar,
Pois por mais que tentamos (e tentamos!)
Cem, quinhentas, mil vezes — não matamos.
Sempre volta — intacta — a maltratar
O pobre coração a relembrar
Um momento de amor e de bonança,
Ou mil cenas do tempo de criança
Como um filme, na mente, a reprisar.
Ó saudade que surge no caminho,
Com beleza, perfume e com espinho
Pra ferir o viajante — com efeito!...
Quantas vezes pensei que estavas morta,
Mas de novo bateste em minha porta
Pra agredir muito mais este meu peito!...