POR AMAR DEMAIS...

POR AMAR DEMAIS...

Silva Filho

Por amar demais, fui condenado.

Meu coração, em condução coercitiva,

Ouviu voz de prisão (a preventiva),

E passou a ver o sol nascer quadrado!

Diante do abuso que foi comprovado,

Meu estro fez defesa objetiva,

Contestando a conduta putativa,

Imputada ao coração extasiado!

Foi prisão arbitrária, de surpresa,

Retendo os meus sonhos, na represa,

Quando remavam no rio dos delírios!

Pois delirando... fui amar demais,

Atropelando os controles dos canais,

Razão de toda essa dor, desse martírio!