Mais Nada!
O passarinho em belo e louco intento,
A cada novo canto ressonava
A renascença pura, o dom sedento,
De renascer em mim nova palavra.
E assim, pois sendo, em cada vão momento
Eu renascia, eu ria, eu reinventava
Os versos me fluíam como o vento
Assim como esse pássaro cantava.
Mas foi numa das tardes de verão
Que me roubou, sem medo, a inspiração
Que me deixou apenas papelada.
O Pássaro a cantar parou, e ausente,
Em mim cessou a voz e essa vertente
Reduz-me o estro a escrever mais nada.