Soneto de Infidelidade
Tentei entender se era falta minha, dela ou dele
Mas não era o vazio dentro da gente:
Era fora, era entre.
Localizado nos espaços brancos e silentes
Tão certo quanto luz e sombra
Numa ofensa escondida atrás dos dentes
Tão certos de que eram o carinho e cuidado imensos
Perdemos essa oportunidade.
No fundo, o copo e corpo estavam pela metade.
Precisou de outra para rechear os silêncios.
Repeti para mim mesma mil vezes:
Pelo menos agora alguma coisa se encontra cheia
Os rios transbordam, a terra se espalha infinita em cadeias
Eu, ancorada numa ilha...e Eles.
(Meu primeiro soneto, paródia do Soneto da Fidelidade, de Vinicius de Moraes)