Abstinência pelo que destrói
Vi, estampar na face teu obsceno,
defeito que me atrai em ti, tua devassidão.
Na insignificância de um ser pequeno,
afago teu jeito em meio a multidão.
Quero ouvir o cortar da tua lingua,
Pois sinto apreço pelo que é dito,
desprezo arradia e me põe a mingua,
e nas entranhas da fala acho meu líbido.
também me fere às vezes com as tuas ditas,
esse meu querer já me causou feridas,
contudo, teu dizer faz me sentir em festa.
condenada está a minha existência,
a viver no amor pela insistência,
desse meu apego pelo que não presta.