Morte chique
Olhos todos içadas a reparar nos vivos,
o ganância exala seu fedor no ar,
a caatinga adentra nariz; faz aguniar,
o agir símil dos deuses primitivos.
A mulher na calçada a desejar outra vida,
Do homem que almeja o viver do amigo.
Querer quem sabe é o maior castigo,
pois é sentença ser desconhecedor da partida.
Atropelando a vida no acumular de bens,
triste miserável não sabe que nada tens
Poderá criatura talvez contar com a sorte.
Conseguir motos e carros, à reforma do lar,
lampejos de felicidade no banho de mar,
no esperar tão chique chegar da sua morte.