A UM PASSO DA OBSCURIDADE

A UM PASSO DA OBSCURIDADE

autor: j.r.filho.

Fragilizado e já sem atributos

Ouvi um Bardo com a garganta rouca

Sua voz débil saía-lhe pela boca

Sem tonalidade, em diapasões curtos.

Representando a imagem da derrota

O epitáfio em seu semblante se lia:

Vivi morrendo! Porquanto, a Poesia

Erigiu-me um túmulo e indicou a porta.

Já não lhe dá alento a velha aguardente

Que, frequentemente, seu ego animava

Fazendo-o pensar que ainda era gente...

No descompasso das desilusões

O seu podre corpo já se exumava,

Enquanto o espírito entoava canções.

Amélia Rodrigues-Ba. 31 de maio de 2017.

José Rodrigues Filho
Enviado por José Rodrigues Filho em 17/06/2017
Código do texto: T6029895
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