A UM PASSO DA OBSCURIDADE
A UM PASSO DA OBSCURIDADE
autor: j.r.filho.
Fragilizado e já sem atributos
Ouvi um Bardo com a garganta rouca
Sua voz débil saía-lhe pela boca
Sem tonalidade, em diapasões curtos.
Representando a imagem da derrota
O epitáfio em seu semblante se lia:
Vivi morrendo! Porquanto, a Poesia
Erigiu-me um túmulo e indicou a porta.
Já não lhe dá alento a velha aguardente
Que, frequentemente, seu ego animava
Fazendo-o pensar que ainda era gente...
No descompasso das desilusões
O seu podre corpo já se exumava,
Enquanto o espírito entoava canções.
Amélia Rodrigues-Ba. 31 de maio de 2017.