A PINTA
A pinta que eu carrego em minha boca,
Que só tu vistes depois de alvo beijo,
Não surgiu de nascença – foi desejo...
Numa febre alta, intensa, vil e louca.
Esta pinta, que meu sorriso espalha
Nos recantos de minha vida errante,
Se faz de astro vibrando lá distante,
Ao céu de um prazer à romper muralha.
Cora o meu rosto um laivo de ternura,
E alastra-se em anseios, se enrubesce,
À umidade de teus ardentes lábios...
E às vezes que esta pinta te emoldura,
Na sonhada paixão que me apetece,
Pigmentos rimam teus sábios presságios.
Gigio Jr (Poemas da Chuva-2017)