À velhice
À velhice
Quando eu era jovem e vigoroso,
Nada detinha o pobre pensamento,
E como eu, estava sempre ambicioso
Por conhecer teu nobre sentimento.
Hoje, velho, caduco, entristecido
Pelos anos puído e desgastado
Moço forte, pelo fado foi vencido
Nada mais é; do que trapo surrado
E se teu sentimento não conheci
Poupa-me do atroz e triste evento,
Vejo-as impregnadas onde cresci
Nas minhas amarguras sem lamento
E nas ásperas feridas que senti,
Exaurido, por teu alheamento !
São Paulo, 14/06/2017 (data da criação)
Armando A. C. Garcia
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