Soneto sonhador

Naquele bordel ela estava nua

dando, assim, ao meu sonho aconchego

meu sono agradecia o sossego

"longe do estéril turbilhão da rua"

A buscá-la, no vazio, minha mão sua,

vislumbro-a com a visão d'um cego,

"rica mas sóbria, como um templo grego"

a olhar de longe como faz a lua.

Seguem os versos co'a sensibilidade

do poeta pra que ao soneto agrade

e que reflita, aceso, seu sacrificio.

É tão normal esse sofrer medonho

pois poesia é ilusão, é sonho,

é a força e a graça do artifício.

Josérobertopalácio

" Versos entre aspas" Olavo Bilac

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 16/06/2017
Reeditado em 17/06/2017
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