CORRENTEZAS

CORRENTEZAS

Silva Filho

Indiferente está a ponte de concreto.

Agitadas... vão passando as correntezas,

Deitadas no seu leito, sem um teto,

Seguindo para o mar das incertezas!

Nas curvas sinuosas, passam perto,

Dos perigos que espreitam as proezas,

Faltando um sinal nesse trajeto,

Um dia... vão molhar todas tristezas!

Minh’alma também olha indiferente,

Sabendo que a força da corrente,

Não leva o meu amor ao estuário!

Sentada sobre o vão da grande ponte,

Mi’a verve só enxerga o horizonte,

Fugindo desse amante perdulário!