Rio de trevas...
Nas águas entoam doces melodias
Entre arpejos a canção do além
O rio, em tédio, esvai, também,
Com suas exóticas paródias!
A noite tenebrosa se agita,
Transmuta em revoada de vento
E a imensidão abraçada no momento
Dorme, e o deserto que aplaca grita!
... E no murmúrio solene das águas,
Tudo jaz sob temores sem tréguas;
A negritude treme e no rio deságua...
Mas geme o frio no dorso escuro, por léguas,
Na boca do menestrel o canto das mágoas
Onde lágrimas caem no peito das trevas!...
Grande poeta sonetista fernando Cunha Lima! Obrigada póeta pelo carinho no meu cantinho!
RIO MORTO
Que fazer do rio quando morre,
Das suas margens fétidas feridas,
Águas estagnadas, escorridas,
Parado, vive em poças, não escorre.
O vale que há muito ele percorre,
Ou percorria nestas suas idas,
Agora são paisagens esquecidas,
Apenas com a tristeza ele concorre.
No rio morto, peixes vão morrendo,
Os pescadores vão também sofrendo,
E choram juntos pelo arrebol.
Rio de antigos sonhos e de amores,
Águas roxas reflexos das dores,
Sem cores, sem beleza e sem anzol.
Fernando Cunha Lima. -01-07-17
Nas águas entoam doces melodias
Entre arpejos a canção do além
O rio, em tédio, esvai, também,
Com suas exóticas paródias!
A noite tenebrosa se agita,
Transmuta em revoada de vento
E a imensidão abraçada no momento
Dorme, e o deserto que aplaca grita!
... E no murmúrio solene das águas,
Tudo jaz sob temores sem tréguas;
A negritude treme e no rio deságua...
Mas geme o frio no dorso escuro, por léguas,
Na boca do menestrel o canto das mágoas
Onde lágrimas caem no peito das trevas!...
Grande poeta sonetista fernando Cunha Lima! Obrigada póeta pelo carinho no meu cantinho!
RIO MORTO
Que fazer do rio quando morre,
Das suas margens fétidas feridas,
Águas estagnadas, escorridas,
Parado, vive em poças, não escorre.
O vale que há muito ele percorre,
Ou percorria nestas suas idas,
Agora são paisagens esquecidas,
Apenas com a tristeza ele concorre.
No rio morto, peixes vão morrendo,
Os pescadores vão também sofrendo,
E choram juntos pelo arrebol.
Rio de antigos sonhos e de amores,
Águas roxas reflexos das dores,
Sem cores, sem beleza e sem anzol.
Fernando Cunha Lima. -01-07-17