E S C O M B R O S


Nosso passo terá fome de melhor caminho
Que esse, dado por má escolha, azar e por destino
Aos que adiante prosseguindo à estância que imagino,
Merecida feito as culpas dum sonho mesquinho.
 
Do monturo que deixamos, ofensa a vizinho,
Nem lembrança no revoar dos dias – se algum sino
Marca as horas desse opróbrio é tão só o desatino
Dos mais cruéis, por certo, um deus que oferta o seu carinho.
 
Nosso nome dissipado entre as nações seria
Se a canção de bardos bárbaros não o resgatasse
Dos escombros, nossa origem, mal que se cumpria.
 
Mais difícil que supor que um povo inteiro errasse
Tanto, um dia, foi saber que após ainda teria
De sorrir tão facilmente ao ver a própria face.
 
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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 13/06/2017
Código do texto: T6026609
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