A HORA DA MORTE

Ardendo a horror, torturante febre

consome, lambe de língua aflita

a vida arfando na cruz maldita,

que vai ligeira, abalada lebre.

E na fritura de cada fibra,

sem esperança de que alma lute,

amarga a angústia que repercute

na carne inteira que sangra, vibra.

E na aflição que incendeia o assombro,

sentindo o mundo cravando ao ombro

o chumbo quente da vil derrota...

Procura em vão por algum vislumbre

de alento, um triz que talvez alumbre,

porém só treva há ao final da rota.