EPÍTETO DE MEU VERSO
EPÍTETO DE MEU VERSO
Silva Filho
Podem chamar meu verso de faminto
(não lhe cabendo outro cognome)
Andando por aí, a morrer de fome,
Fome de amor, do seu próprio instinto.
O que ele vai sentindo, também sinto.
Se a fome me atinge, ele não come.
Se eu fico sem amor, o dele some.
Na boêmia só bebemos... o absinto.
É um verso que nasceu predestinado
Procurando o amor, de lado a lado,
Nos escombros dos castelos de areia!
Mas não podemos enganar a vida,
Pondo o amor em artéria esquecida,
E transportando a paixão em outra veia!