A ERA DOS POETAS ASSIM-ASSIM
“O caso Manuel Alegre”
Eis que vem aí uma avalanche de maldizer
Ou, melhor dizendo, uma onda de indiferença
Num Portugal que finge pensar, mas não pensa,
E que até tem Poesia … para dar e vender.
Manuel Alegre «Prémio Camões» é justo merecer?
Se Dylan, o trovador, mereceu “Nobel”, que diferença
Pra quem se dá «Camões» em análoga sentença?
Cá está, mais uma reles vaga de estarrecer!
“Poetas assim-assim” – as bisarmas saem da toca
E vêm para a tribuna da sua presunção –
Cravar setas ao poeta da «Praça da Canção»
Que ignora, e bem, aquela inveja que o foca …
Era dos Poetas “assim-assim”, já não é espanto
E, confessando que detesto esses bisarmas
Que tentam rebaixar o autor d´ «O Canto e as Armas»,
Lembro que Camões foi invejado tanto, tanto!
Antes ser “poeta assim-assim” que vil cortesão
Que voga a toda a hora na barca do beija-mão…
……………
E Jorge de Sena a quem desdenhava da Poesia:
“São anjos da ignorância e filhos da hipocrisia!”
Frassino Machado
In RODA-VIVA POESIA