A ERA DOS POETAS ASSIM-ASSIM

“O caso Manuel Alegre”

Eis que vem aí uma avalanche de maldizer

Ou, melhor dizendo, uma onda de indiferença

Num Portugal que finge pensar, mas não pensa,

E que até tem Poesia … para dar e vender.

Manuel Alegre «Prémio Camões» é justo merecer?

Se Dylan, o trovador, mereceu “Nobel”, que diferença

Pra quem se dá «Camões» em análoga sentença?

Cá está, mais uma reles vaga de estarrecer!

“Poetas assim-assim” – as bisarmas saem da toca

E vêm para a tribuna da sua presunção –

Cravar setas ao poeta da «Praça da Canção»

Que ignora, e bem, aquela inveja que o foca …

Era dos Poetas “assim-assim”, já não é espanto

E, confessando que detesto esses bisarmas

Que tentam rebaixar o autor d´ «O Canto e as Armas»,

Lembro que Camões foi invejado tanto, tanto!

Antes ser “poeta assim-assim” que vil cortesão

Que voga a toda a hora na barca do beija-mão…

……………

E Jorge de Sena a quem desdenhava da Poesia:

“São anjos da ignorância e filhos da hipocrisia!”

Frassino Machado

In RODA-VIVA POESIA

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 12/06/2017
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