O TOMBO DO EQUILIBRISTA

O coração se equilibrando em bambo

cordão de sonhos e ilusões frementes

inspira brisas de esperanças crentes

no crespo e imerso em gás letal molambo.

Porém, num rasgo de consciência arfante,

vacila, oscila em desastrados tombos

porque seus plácidos, branquinhos pombos

não suportaram sustentá-lo amante.

E o coração que se pensou provido

do bem leveza, artista ao céu erguido,

prostrado ao solo das verdades tristes...

E o bruxo atroz e arrasador, o medo,

o espreme em seu descomunal rochedo,

o submetendo aos mais rasteiros chistes.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 12/06/2017
Código do texto: T6024978
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