VERMES FAMINTOS
Na agonia sufocante e deserta
o corpo desprende-se do espírito,
mais que num suspiro, num grito,
de desesperança na cova aberta.
Vermes famintos e atentos
recebem-no com grande gula
sem ler antes, na própria bula,
as indicações do esquecimento.
Enquanto o corpo é sepultado
em um singelo jazigo
sem nenhum olhar amigo.
Não é este o fim esperado
desde os tempos mais antigos?
E isso também não acontecerá comigo?
Nova Serrana (MG), 29 de dezembro de 2007.