ESTIGMAS DO TEMPO

ESTIGMAS DO TEMPO

Silva Filho

(Acompanhando a Ania em: “VIAJANTE DO TEMPO”)

Vagão comum, sentados lado a lado,

Estigmas do tempo na bagagem,

Seguimos juntos, na mesma viagem,

Com alvíssaras de um mundo encantado!

O GPS, estagnado em um sorriso,

Insiste no endereço da magia,

Onde sempre residiu a poesia,

Donde o pranto foi banido sem aviso!

O tempo contribui com primaveras,

Com flores que enfeitam as quimeras

Permitindo ter no sonho algum jardim!

De mãos dadas, nosso sonho é mais bonito,

Se preciso... passaremos no infinito,

Onde o amor tem a cor de carmesim!

FERNANDO CUNHA LIMA

(COM IMPERDÍVEL AULA DE SONETO)

TREM DE CARGA

Fcunha Lima

Uma locomotiva e seus vagões,

É a impressão que a minh’alma amarga,

Como se fosse um imenso trem de carga,

Tão repleto de tristezas e senões.

Os trilhos pautas tristes das canções,

Que pelos meus caminhos ela larga,

Para livrar-se da grande sobrecarga,

Peso do tempo preso as estações.

Seu pranto repercute como um grito,

Nas curvas desta vida o seu apito,

Sinaliza com seus sons mais que tristonhos.

Resfolega, geme e chora na viagem,

A fuligem faz a curva na voragem,

Dos vazios vagões vagos de sonhos.