A rainha Mab
(A Beatriz Uchôa)
“Que ce soit Urgèle ou Morgane,
J’aime, en un rêve sans effroi,
Qu’une fée, au corps diaphane,
Ainsi qu’une fleur qui se fane,
Vienne pencher son front sur moi.”
(VICTOR HUGO)
Sem que saiba se estou sonhando ou acordado,
Nos limites do real com a fantasia,
A fim de à noite fazer-me companhia
Deixa a rainha Mab seu reino encantado.
Ao deitar-se em meu peito frio e macerado,
Enche-me ela o coração de poesia –
Cativo de sua soporífica magia
Deixo-me ser completamente acalentado.
Antes que por sua falta venham a dar,
Quando nasce o Sol da manhã rapidamente
Vai-se ela embora sem qualquer rastro deixar…
E, tal qual Caliban, inconsolavelmente
Pranteio aguardando a noite voltar
Apenas para poder dormir novamente.