TROCA
O inverno se despede. Chega junho.
O calendário, neste instante, meia.
O perigo de tantas doenças freia, e
Recebo certa carta escrita a punho,
Do maior escritor que há nesta aldeia, ao
Qual respeitosamente, eu não alcunho!
E dou a Ele, o meu triste testemunho,
O motivo óbvio de estarmos na peia!
E inserido no rol dos poetastros,
Vejo luzir o rei maior dos astros,
Nessa interminável lona azul.
Por essas e por infindáveis vezes,
Aqui em Manaus, a cada seis meses,
Troca-se a estação no meu iglu.