TROCA

O inverno se despede. Chega junho.

O calendário, neste instante, meia.

O perigo de tantas doenças freia, e

Recebo certa carta escrita a punho,

Do maior escritor que há nesta aldeia, ao

Qual respeitosamente, eu não alcunho!

E dou a Ele, o meu triste testemunho,

O motivo óbvio de estarmos na peia!

E inserido no rol dos poetastros,

Vejo luzir o rei maior dos astros,

Nessa interminável lona azul.

Por essas e por infindáveis vezes,

Aqui em Manaus, a cada seis meses,

Troca-se a estação no meu iglu.

Miguel de Souza
Enviado por Miguel de Souza em 10/06/2017
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