Cadeiras na calçada
Ah, que saudade dos tempos felizes,
tempos de paz e de simplicidade,
do meu jardim de todos os matizes,
das frutas colhidas no pé, que saudade!
Cadeiras na calçada no fim do dia,
e a vizinhança alegre se reunia,
num bate papo descontraído,
admirando o poente colorido!
O cheiro da chuva na terra molhada,
pés descalços brincando com a criançada,
e um cochilo ao pé da jabuticabeira...
Ah, tempo feliz que jamais esqueço,
se pudesse voltar eu reconheço,
queria ser criança a vida inteira!
‘Oh, que saudades que tenho,
da aurora da minha vida,
da minha infância querida
que os anos não trazem mais...’
(Casimiro de Abreu)