FECHO ECLER
Troca-se de cor, de cara, de roupa;
beija-se sempre a mesma boca,
mas a mulher amada desconfia daquela
que pode por acaso não ser ela.
Muda-se de plano, de ideia, de touca;
ouve-se sempre a mesma voz rouca,
mas a mulher amada quer saber dela,
aquela imaginária criada da costela.
Faz-se de tudo para ser o que se é
sem falsa modesta na querência
no amor que se sente pela mulher.
Todavia, ela duvida e bate pé
pensando que sabe que tem ciência
que quando amor se abre é fecho ecler.