DEPOIS DA SESTA
O verso que dormiu já fez a sesta
Sonhou enquanto isso ser um dia
Mais bela chave de ouro da poesia
Trazer consigo a rima para a festa.
Desperto ele ansiou a companhia
Quiçá fazer com ela uma seresta
Sob o luar que a noite lhes empresta
E criar todo um clima de magia.
Sentiu-se um rei romântico demais
E desejou presentear com flor
A companheira mor, dona dos ais.
Em nome da poesia o sonhador
Quis encantar as almas mais e mais...
Reinou com romantismo e com amor!
* Grato, maravilhosa interação:
HIBERNAÇÃO DO VERSO
O verso do poeta adormeceu,
Talvez passou por uma hibernação,
Foi acolhido pelo coração,
Mas ao fugir do mesmo se perdeu.
Um verso que de pronto aconteceu,
Ao acordar no âmago da paixão,
É verso, mas mesmo assim uma ilusão,
Que tenta se mostrar como viveu.
Quando mais tarde se encontrar desperto,
O verso vem cantar de peito aberto,
Para de novo não cair no sono.
Mas era um verso que dormiu sozinho,
Até vir caminhar pelos caminhos,
E assim deitar-se em pleno abandono.
(fcunha lima)