Despedida
O amor parece eterno enquanto dura,
por força da paixão que, sendo chama,
incendiando a carne, crema a cama!
No café da manhã se faz candura...
E a dois vai, no verão, rolar na grama,
na várzea, no curral, e a mais impura
das camas de motel lhes assegura
o encanto inenarrável de quem ama...
O amor constrói, corrompe, danifica
por força da paixão: queima e não fica
para curar sequer uma ferida...
Partir? Chorando ou rindo? Tanto faz...
Dizer adeus ou não?... Tudo é falaz!
Cruel e verdadeira é a despedida...