AMOR DEPOSTO

AMOR DEPOSTO

Silva Filho

Quem observa meu plangente canto,

Só vê lágrima no verso, não no rosto,

Não imagina que um amor deposto,

Despediu-se do castelo do encanto!

Confinamento é o que resta num recanto.

A comida que servem, não tem gosto,

Queira Deus, eu encontre um preposto,

Pra cuidar dessa dor do desencanto!

Meu pensamento fez um afluente,

Por onde passarão minhas correntes,

Carregando o que restou da minha sina!

Sei que meus versos choram a tristeza,

Que insiste em não descer na correnteza,

Agarrada nas comportas da cortina!

A ANIA TRAZENDO PURO ENCANTAMENTO.

QUISERA

Ania

Adeja em mim a dor do desencanto,

O medo da cruel e triste caminhada,

Indo com a solidão de mãos dadas

E a face molhada pelo pranto...

Em mim viviam fantasias e sonhos tantos,

De lembranças maiores que a madrugada,

O tempo passou como quem não quer nada,

Mascarando os sonhos, roubando o encanto...

Hoje sonham em mim mágoa e tristura

Que caminham junto a amargura,

Encobrindo sonhos que não avisto mais...

Quisera voltar ao tempo da ventura,

Dos abraços, beijos e da loucura

Do nosso amor, dos toques sublimais...