Sem mais...
Quantas vezes, amor, te amei sem ver-te e talvez
sem lembrança;
Sem reconhecer teu olhar, sem fitar-te como mereces!
Não a percebia, pois estava cego para vida, para o teu amor,
Estava eu num ostracismo exilado na mais profunda dor!
Talvez te vi, te supus ao passar levantando uma taça de vinho,
Mas sozinho, na minha concha entrou um grão de areia!
A cultivei por anos com minhas lágrimas, e hoje virou uma pérola,
Tão linda e brilhante, como são teus olhos dois ímpares diamantes!
Saibás que sempre te amei sem que tu soubesses, era segredo!
Tua imagem foi meu espelho, sua foto meu relicário, retrato.
Que me acompanha no peito, a recordação do meu maior tesouro!
Estarás eternamente em meus pensamentos, em minha regressão,
Um mundo melhor sem qualquer sofrimento se eu soubesse o futuro,
Pois sou a fonte de água, a juventude, a liberdade, o teu ponto sem nó!