NA ONDA DO SONETO

NA ONDA DO SONETO

Silva Filho

Ao perceber a onda do soneto,

Zarpei do porto, perto do Parnaso,

Na esperança de manter um caso,

Caso de amor, em qualquer coreto!

Jamais esqueço um velho amuleto,

Ainda que singrando com atraso,

Meu amuleto: Um marinheiro raso,

Eu e meu verso, posando num folheto!

Naquela onda que cobriu meu barco,

Veio um arco-íris fixar um marco,

Pra manter o oceano dentro dos limites!

Quando a onda do soneto arrefeceu,

O poeta não rimou... não escreveu...

Mas moldou uma Diva em grafite!