O bastardo

A dor do filho meu eu sinto agora

Ao relembrar a dor do meu rebento...

O mundo assim disperso e nunca atento

Faz-me sentir a mesma dor de outrora...

Ramo de flor, tu foste só o invento

Com que minha inocência foi embora

Desejando até tudo morto a fora

Porque vivo só resta se for vento...

Não dei pai nem família a este filho

Que pelo mundo está, talvez, perdido

Sem Deus, sem rumo, a caminhar sem trilho...

Filho meu, nesse mundo retardado...

Filho meu – por mim nunca protegido

Filho meu – tão querido... E tão bastardo...

Tulio Rodrigues
Enviado por Tulio Rodrigues em 10/08/2007
Reeditado em 28/03/2009
Código do texto: T601672
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