O bastardo
A dor do filho meu eu sinto agora
Ao relembrar a dor do meu rebento...
O mundo assim disperso e nunca atento
Faz-me sentir a mesma dor de outrora...
Ramo de flor, tu foste só o invento
Com que minha inocência foi embora
Desejando até tudo morto a fora
Porque vivo só resta se for vento...
Não dei pai nem família a este filho
Que pelo mundo está, talvez, perdido
Sem Deus, sem rumo, a caminhar sem trilho...
Filho meu, nesse mundo retardado...
Filho meu – por mim nunca protegido
Filho meu – tão querido... E tão bastardo...