VOLÚVEL ACENO
VOLÚVEL ACENO
Silva Filho
Depois de simular uma paquera,
Prensando-me no vão das entrelinhas,
Eu soube, através das andorinhas,
Que, ali, tu só brincavas de quimera!
Enquanto eu tentava estar nas linhas,
Passaram-se verão e primavera,
Restando-me o castigo da espera,
Sumindo as digitais que eram minhas!
Estou a condenar o falso aceno!
Petisco recheado de veneno,
Capaz de me deixar até em coma!
Não queiras me ferir com o teu verso,
O coma é um castigo mui perverso.
Prefiro a oclusão duma redoma!