NO TERREIRO DA PAIXÃO
NO TERREIRO DA PAIXÃO
Silva Filho
Cheguei cedo; mui afoito; aloprado!
A paixão ainda varria o terreiro.
Imagino passar por seresteiro,
Pensando ficar mais valorizado.
O luar vestiu seu terno cor de prata!
As estrelas se aqueciam na fogueira.
Pirilampos voejavam em fileira,
Dando brilho para minha serenata!
No terreiro da paixão me fiz presente,
E com ela formei par intransigente,
Prometendo não deixar morrer a chama!
No torpor do “Boa Noite Cinderela”,
Só me lembro ter dormido de costela
E acordar, com a paixão, na mesma cama!