O Sabio e a Cortesã
Urna pagã de raivoso eco lascivo
Grande vagabunda,bem servida na messe,
Nervose orgíaca,fatal estremecimento vivo,
Que o sábio um dia amou em leda prece.
Ignorando contudo teu cancro abusivo
Ditoso aos pés da cortesã o brado adormece
Do puto a revolta,alquímico compassivo,
E em hino Apolineo ébrio enlanguidece.
Que importa eras tão puta e ele fido amante
Preto vê tua virtude, longe teu delito,
Mil beijos de amor te deita ao colo ovante.
Mas ai, que mendigo uma gota de infinito
Com que possa tecer o verbo aliciante
E só pinto de memória,Rembrandt maldito.