FOME DE AMOR

FOME DE AMOR

Silva Filho

Vejo meus versos, como lactentes,

Chorando a ausência de um peito,

Fome de amor... que jamais tem jeito,

Senão amamentando os inocentes!

Cabe ao poeta, encaminhar o pleito,

Com sutileza, nas linhas pertinentes,

Pra não passar por ousado; insolente,

Usurpador... do pueril direito!

Convém dizer que o poeta se alimenta

Dos nutrientes que o verso inventa,

Das sobremesas que o amor prepara!

Que não se fale em dieta abusiva,

Pois o cardápio controlado por u’a Diva,

Tem muita gema, sem faltar a clara.