EM LÍNGUA VIVA




Repare nessa voz que vez por outra abusa
em tudo quanto julga exato, em brasa e brisa
do senso meio sonso ou o que a jargão reduza
o preço desse verbo ecoando e o que o reprisa.

Atenta ao que traduz por manto o mantra, a abstrusa
esfinge que nem finge o como ou o quando avisa,
altiva, o que é do enigma e o que é só ser confusa
e nunca a musa atroz de voz algo imprecisa.

Desvio, atalho em vício e a mente jaz enferma
em jogos de ocupar o tempo do palerma.
O justo, desde o início ofensa ao balbucio

Do inepto, não se diz cantando em língua viva
Exceto em glosa, em brasa e brisa que cativa
O gosto fácil e o néscio achaque do imbecil.



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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 20/05/2017
Código do texto: T6004375
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