Inimigo Oculto

"Diabólica dinâmica daninha/ Oprimia meu cérebro indefeso/ Com a força onerosíssima de um peso/ Que eu não sabia mesmo de onde vinha." (Augusto dos Anjos)

Inimigo Oculto

Cresce no meu peito algo apavorante

Rouba-me o ar e a ansiedade é tanta

Que da sepultura o medo levanta

Como se fosse ele um monstro gigante

Luto com ardor e nem sei com quem

O inimigo é vil cobre a sua cara

Inverte, esconde, outras vezes mascara

De mim, sabe tudo, está sempre além

Quanto mais fujo mais me afundo nele

Não sei se sou o mal ou se o mal é ele

A incerteza oscila entre o não e o sim

E assim perdida ando sem rumo ou norte

Sou aquela estranha que aguarda a sorte

Quem sabe a morte: inevitável fim

(Edna Frigato)