CAVERNA DO AMOR
CAVERNA DO AMOR
Silva Filho
Hospedei-me na caverna do amor.
Não tinha luz, mas tinha lamparina.
Lua desligada; no efeito de aspirina,
Tentando superar alguma dor!
Juntei gravetos; fiz uma fogueira.
Reinventei a centelha por atrito,
Fechei cortinas, abafei o grito,
Daquela solidão - mi’a companheira!
Lá pelas tantas; plena madrugada,
Senti um grande frio; tez gelada,
Meu estro cochilando, na espera.
Sem um verso, sem amor e sem carinho,
Transformei a caverna em um ninho
E dormi abraçado com a quimera!
CAVERNA ILUMINADA COM O CLARÃO DO GRANDE POETA
FERNANDO CUNHA LIMA
CAVERNA DOS SONHOS INSONES
Fcunha lima
À noite me hospedei numa caverna,
Somente para sentir o seu escuro,
Deixei fora a paixão atrás de um muro,
Fiquei apenas onde o amor hiberna.
A noite para mim ficou eterna,
E até o céu ficou azul-escuro,
O dia quis chegar-se prematuro,
Para sentir com que a noite alterna.
Nesta caverna sepultei meus sonhos,
Mesmo os mais distantes e tristonhos,
Se esconderam aqui sem cerimônia.
Quis despertá-los todos um a um,
Não foi preciso, não acordei nenhum,
Pois como eu sofriam de insônia.