SONETO DA NAVALHA ENFERRUJADA

Tudo tem limite segundo a sabedoria popular...

Embora não fique clara a lógica de tal dito

Meu sonhos sempre foram além do mero arranhar...

E a cálida vida me fez sempre um maldito

Clareza na penumbra é uma incongruência

Mas muito dela eu enxergo no todo

Nas artes e também na excelsa ciência

Nas garças em revoada e no profundo lodo

O corte já não é mais tão sutil

As veredas e carnavais já perderam o viço

Culpar a quem a perda do fio?

A navalha dorme embrulhada no velho pano

Sua utilidade entretanto permanece...

Bem como sua sina e seu dano.

Caio Braga
Enviado por Caio Braga em 17/05/2017
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