SONETO DA NAVALHA ENFERRUJADA
Tudo tem limite segundo a sabedoria popular...
Embora não fique clara a lógica de tal dito
Meu sonhos sempre foram além do mero arranhar...
E a cálida vida me fez sempre um maldito
Clareza na penumbra é uma incongruência
Mas muito dela eu enxergo no todo
Nas artes e também na excelsa ciência
Nas garças em revoada e no profundo lodo
O corte já não é mais tão sutil
As veredas e carnavais já perderam o viço
Culpar a quem a perda do fio?
A navalha dorme embrulhada no velho pano
Sua utilidade entretanto permanece...
Bem como sua sina e seu dano.