SONETO DA CHAMINÉ
A chaminé não aquece mais o frio da garoa
A fábrica mudou-se, levou embora seu calor
Os candeeiros da portaria trocados por luz neon
O luar e estrelas não mais clareiam a cidade
Sinto falta da chaminé e olho o céu à toa
Encontro Vésper... faço um verso em seu louvor
A Lua sorri, fazendo lembrar daquele tempo bom
Quando sonhava o céu trouxesse a felicidade
A um novo edifício a chaminé deu seu lugar
Mas em sua calçada crianças não irão brincar
Nem verão São Jorge na Lua caçar o Dragão
Tal qual cometas fugazes em seus destinos
Tão rápido igual o crescimento dos meninos
Vai-se na fumaça nossos tempos de ilusão